Publicação

QuickSOFA e predição de mortalidade hospitalar numa coorte retrospectiva brasileira de pacientes críticos não infectados

Autor(es): Leandro Utino Taniguchi, Ellen Maria Campos Pires, José Mauro Vieira Júnior, Luciano Cesar Pontes de Azevedo

Fonte: Instituto de Ensino e Pesquisa, Hospital Sírio-Libanês – São Paulo (SP), Brasil

Edição: Estudo científico publicado na RBTI – CBMI edição 2016

Objetivo: Avaliar se quickSOFA (qSOFA) pode predizer mortalidade hospitalar em pacientes críticos não-infectados.
Métodos: Estudo de coorte retrospectivo realizado com banco de dados (Sistema Epimed®) da unidade de terapia intensiva (UTI) adulto de um hospital terciário privado (Hospital Sírio-Libanês). Foi realizada comparação
entre escore SAPS3 e critérios do qSOFA tanto na forma dicotômica (= 2 critérios – “qSOFA positivo” vs 0-1 critério
– “qSOFA negativo”) como na forma de variável ordinal de 0 a 3 critérios para predição de mortalidade hospitalar de
pacientes admitidos na UTI sem infecção. Curvas ROC dos modelos de predição de mortalidade foram comparadas
através da análise da área sob curva.

Resultados: Entre janeiro de 2012 e dezembro de 2014 foram estudados 1.150 pacientes. Pacientes que faleceram em comparação com os que sobreviveram eram mais graves (SAPS 3 de 56 [47 – 63] vs 36 [29 – 45] respectivamente; p<0,001), e mais frequentemente eram “qSOFA positivo” (30,4% vs 9,1% respectivamente, p<0,001). Entretanto, curva ROC para SAPS 3 foi maior (0,84 [IC95% 0,82 – 0,86]) que o qSOFA tanto como variável dicotômica (0,61 [IC95% 0,58 – 0,64]) como variável ordinal (0,67 [IC95% 0,65 – 0,70]; p<0,001 para comparação entre SAPS 3 e os dois modelos para qSOFA).

Conclusão: A utilidade do qSOFA para predizer mortalidade na nossa coorte de pacientes foi similar ao previamente descrito para pacientes com infecção suspeita, mas inferior ao SAPS 3.